População vaia prefeito de Bonito

Manifestantes denunciam suposta manobra para esvaziar protesto contra prefeito de Bonito
Vinícius Squinelo /midia max
Um grupo organizado por comerciantes foi impedido de entrar na Câmara dos Vereadores de Bonito na noite desta terça-feira (5). Os manifestantes acreditam em “manobra” para barrar a pressão deles pela criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar supostas irregularidades praticadas pelo prefeito da cidade, José Arthur de Figueiredo, do PMDB.

Segundo um dos manifestantes, que preferiu não se identificar, os funcionários públicos da cidade teriam
sido convocados para lotar o plenário, o que estaria sendo usado como pretexto para a não entrada dos manifestantes.
“Dois vereadores chamaram o pessoal da prefeitura, se não eles seriam punidos. Está lotado lá dentro (do plenário) e a polícia não deixa entrar nem fotógrafo”, denunciou o manifestante.
O advogado Luis Manzoni, e outras pessoas que preferiram não se identificar, conseguiram entrar no plenário e confirmam o grande número de funcionários públicos no local.
Ainda segundo quem conseguiu chegar ao plenário, durante a sessão o prefeito José Arthur teria tentado se explicar, e acusou a mídia estadual de “matérias mentirosas e tendenciosas”. Mesmo com a suposta manobra para evitar a manifestação, os presentes na sessão vaiaram muito José Arthur.
O comerciante João Ricardo, que participa do protesto, acredita que umas 500 pessoas estejam em frente à Câmara com faixas e cartazes, e que, mesmo sem poder entrar no plenário, o protesto “vai longe”. Ainda segundo ele o prefeito José Arthur chegou ao local com policiamento e foi muito vaiado.
A suposta convocação dos servidores municipais teria sido convocada pelos vereadores Reginaldo dos Reis (PT) e Luisa Aparecida (PPS).
Os manifestantes querem a cassação do prefeito. Inspeção realizada pela CGU (Controladoria-Geral da União), no ano passado, apontou falhas na aplicação de verbas federais destinadas a projetos ligados a saúde, educação, turismo e agrário. Levantamento do órgão presume que as irregularidades tenham provocado um prejuízo de algo em torno de R$ 400 mil.
Por meio de sorteio a CGU vai inspecionar neste primeiro semestre 60 municípios do país. Bonito é uma das cidades que terão as contas examinadas pelos técnicos do órgão. O prefeito da cidade ainda não comentou sobre o protesto na Câmara.