quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Pantanal: 87% preservado- fotos de Haroldo Palo Jr.



























Todas as fotografias contidas neste post são da autoria do fotógrafo Haroldo Palo Jr foi, resultado de anos de pesquisa na região, com os direitos autorais reservados.

fonte: www.campograndenews.com.br
Mérito do Pantaneiro com sua atividade pecuária, respeitando e tolerando o Ciclo de Cheia e Seca, há 200 anos!
O Pantaneiro é respeitador.
Quando a boiada estoura, a única alternativa é correr junto no costado, tentando dar o rumo. Assim é feito com a Natureza. Convive-se nas condições adversas de excesso ou falta de água todo ano.
Esta sazonalidade impõe respeito, ela vem e vai mais intensa ou não, de acordo com a mãe natureza (por uns chamado de El Nino, La Nina, aquecimento global entre outros).
O Pantaneiro é cordial.
Suas palavras podem soar rústicas, porém seu intimo é humilde e a intenção é boa. Quem trabalha em condições adversas passa por dificuldades diárias e o lema é um ajudar o outro.
Para se chegar às fazendas, durante a enchente, contornam-se pontes sem cabeceiras e longas aguadas. Trechos, às vezes, só puxado por trator de algum vizinho!
O Pantaneiro é desconfiado.
Qualquer mudança na rotina que altere alguma das tradições pantaneiras é visto com muita cautela. Especialmente, se ele se sente intimidado. Defende com unhas e dentes o que lhe pertence.
Anos atrás, gente de fora, com PhD e tudo, recomendou “tirar o boi”. Os Pantaneiros indignados avisaram, mesmo assim eles esvaziaram os pastos, e tiveram um incêndio de proporções incontroláveis: a macega serviu de combustível ao invés de produzir carne. Um desastre!
O Pantaneiro é informado.
Temos sempre a impressão de alguém retirado num outro mundo, meio alongado, mas qual não é a surpresa para quem chega da cidade ao campo e ouvir uma noticia recentíssima.
Ela vem inclusive acompanhada de interpretações e colorido novo. Funciona bem o Radio Peão e/ou o Jornal Pantaneiro; são virtuais.
O Pantaneiro é trabalhador.
A crescente demanda mundial por alimentos pressiona cada vez mais o produtor a ser eficiente. A dedicação é máxima, o Pantaneiro é motivado por PAIXÃO.
87% do Pantanal se encontra preservado. Nos 13 % de produção semi-intensiva, nem só o gado se beneficia. A fauna silvestre, a exemplo do veado campeiro pasta capim humidícola, lambe sal no cocho e bebe água dos açudes.
O Pantaneiro faz o que sempre foi feito, atravessa as cordilheiras, na cheia e atalha no meio da vazante e dos campos, na seca. A estrada se molda assim como o Produtor Pantaneiro. Quem trabalha em condições adversas passa por dificuldades diárias e as contorna da melhor maneira possível!
O Pantaneiro tem orgulho do seu jeito de ser, da bezerrada sadia, da tropa alinhada e da fauna silvestre que convive entre estes tranquilamente. Harmonia entre homem e natureza. E assim se faz há mais de 200 anos. Não é a toa que temos o Bioma mais preservado do Brasil.
(*) Marcela Lemos Monteiro é engenheira agrônoma e produtora rural

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