(*) Valdir Cardoso
Enquanto a sociedade sul-mato-grossense aguarda uma decisão da Justiça Federal – CNJ – órgão fiscalizador dos Tribunais de Justiça regionais – que apura irregularidades praticadas pelos TJs – e da Procuradoria Geral da República – PGR- sobre as denúncias da existência de um “Mensalão” na Assembléia Legislativa de Mato Grosso do Sul que, segundo o delator, ex-deputado Ary Rigo (PSDB), remunerava com dinheiro público, membros do Tribunal de Justiça, do Ministério Público Estadual – MPE- e, ainda segundo o ex-1º secretário do Legislativo de MS, REPASSAVA MENSALMENTE a importância de R$ 2.000.000,00 (Dois Milhões de Reais), EM DINHEIRO, ao governador reeleito ANDRÉ PUCCINELLI, surgiu nos últimos dias as primeiras “condenações” em conseqüência dos vídeos gravados pelo corajoso jornalista Eleandro Passaia.
Os dois primeiros “condenados” são, no caso, uma pessoa física com uma bela história na política de Mato Grosso do Sul, e uma entidade que representa uma atividade credora do respeito e da admiração dos MATOGROSSENSES E SUL-MATOGROSSENSES, em virtude dos grandes serviços prestados ao desenvolvimento, antigamente chamado de “PROGRESSO”, dos dois grandes estados da Federação, berço dos maiores HERÓIS e ARTISTAS brasileiros.
Naturalmente, qualquer cidadão com um mínimo de visão histórica e percepção da realidade sul-mato-grossense, vai concluir que os condenados seriam no mínimo um tal de PEDRO PEDROSSIAN, que construiu duas Universidades federais e que foram federalizadas – uma em Cuiabá e outra em Campo Grande - como construiu o Parque dos Poderes, o Parque das Nações Indígenas, TODAS as vias duplicadas de acesso a Campo Grande, e a entidade; alguma ONG que tenha impedido a implantação de usinas poluidoras no Pantanal.
Enganados estão, todos. Os “condenados” em virtude das DELAÇÕES do ex-deputado Ary Rigo, divulgadas pelo colega Passaia, foram o produtor rural Francisco Albuquerque Maia da Costa, o Chico Maia, e a instituição por ser presidida pelo Maia, a Acrissul, Associação dos Criadores de Mato Grosso do sul, entidade que promove (ou promovia) a maior feira agropecuária do Centro Oeste brasileiro.
O crime cometido pelo produtor rural Francisco Maia – o Chico Maia – foi se eleger presidente da Acrissul e integrar uma comissão de entidades representativas da sociedade Civil, comandada pela OAB, que foi a Brasília pedir providências sobre as denúncias contidas nas delações (bandido não denuncia, delata) envolvendo o GOVERNADOR ANDRÉ PUCCINELLI e MEMBROS DO JUDICIÁRIO, como agentes de corrupção PASSIVA.
Isto irritou o poderoso e inatingível governador Puccinelli, que mais uma vez demonstrou enorme poder sobre os membros do Judiciário de Mato Grosso do Sul, também investigados pelo CNJ, ao conseguir a proibição de shows no Parque de Exposições Laucídio Coelho, em represália à participação de Chico Maia como integrante da Comissão da OAB.
A Acrissul, pobre Acrissul, também foi condenada simplesmente porque é presidida pelo produtor rural Chico Maia. Esta foi a “condenação” determinada por aquele que pensa que tudo pode (e está demonstrando que pode MESMO) e mais uma vez Campo Grande pode perder grandes eventos para Cuiabá, cidade que sabe respeitar a cultura e a história do Estado.
Assim como Campo Grande perdeu um evento do porte do MOTO ROAD que agora é realizado em Santa Catarina, por falta de apoio dos poderes públicos de MS, os grandes eventos da música Sertaneja poderão passar a ser realizados em Cuiabá.
Enquanto isso vamos continuar aguardando a punição dos LADRÕES do dinheiro público e que continuam mandando no Mato Grosso do Sul que já foi de todos nós e hoje é deles: Os corruptos.
(*) O autor é jornalista e foi vereador, presidente da Câmara da Capital, deputado estadual e Prefeito de Campo Grande
fonte:Ojornal MS
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